quinta-feira, 14 de abril de 2011

BALANÇA É INSENSÍVEL

— Olá, meu amigo!
— Olá, Rospo. Estou meio depressivo.
— Num sábado tão azul como hoje? Esse lindo sábado de Outono, como só podia ser...
— Mas hoje é quinta!
— É mesmo! Mas o azul está valendo. Reparei que está um pouco acima do peso.
— Pois é, estou meio triste, ando encimesmado, meio cabisbaixo, e quando estou triste como demais...
— É um boa desculpa. Uns bebem além da conta... Depois penduram a vida para pagar...
— Não é desculpa, amigo Rospo. É que comer dá uma sensação de felicidade... De reconforto.
— Entendo. Mas, qual o motivo da sua tristeza?
— São vários motivos. Tudo dá errado comigo...
— Precisa remover primeiro essas pedras....
— Como adivinhou que tenho pedras na vesícula?
— Não estou falando da vesícula. Estou falando da mente. E nem são pedras, são rochas... Esse é o entulho que está atrapalhando a sua vida. Quando remover essas pedras de sua mente, fazer uma varrida geral, verá como as coisas poderão fluir de forma mais satisfatória, e até mesmo poderá contemplar o azul do Outono, antes que o Outono se vá...
— Pois é, meu amigo, mas continuarei comendo muito, pois aprendi que a depressão causa isso, esse apetite.
— Tenha apetite de viver. E tem um detalhe. Se está tão acima do peso, como demonstra, e diz que está sofrendo desilusões e outros dissabores, é sempre bom lembrar que a balança não pensa nem tem sentimentos.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 525
Marciano Vasques
Leia em CIANO

Um comentário:

  1. Pois é amigo Rospo, temos que remover as pedras da mente para que a vida se torne AZUL
    lUZ
    aNA

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