domingo, 3 de abril de 2011

JOGANDO CONVERSA FORA

— Rospo, vamos jogar conversa fora?
— O que é isso, Sapabela! Pare com isso! Não diga uma coisa dessa nunca mais! Não faça isso!
— Calma, Rospo! O que deu em você? Pare de se agitar, pare de chacoalhar os braços... Todo mundo está olhando, isso aqui é um blog, perdão, é uma praça... O que eu disse de errado?
— Você disse o indizível... Não se diz uma coisa dessas... Jamais...
— O que foi, Rospo? Estou me sentindo uma sapa perigosa.
— Você fez uma proposta monstruosa, imperdoável...
— Quem tem uma amigo Rospo, tem que passar por cada uma...
— Ora, Sapabela, não se joga conversa fora. Uma conversa jamais será em vão, e portanto, jamais deverá ser jogada fora. Já pensou? Uma conversa descendo pelo ralo, pelo esgoto, no cesto de lixo, nas calçadas, escorrendo em direção ao nada? Já pensou, uma pobrezinha de uma conversa virando fiapo, fumaça, um resto, uma coisa miúda, indo embora, sumindo, desaparecendo, para sempre...Não, Não, Não! Isso não pode acontecer! Isso não pode.
— Rospo, pare de chorar, e eu nem trouxe guarda-chuva... Foi apenas uma expressão popular. É claro que jamais jogarei uma conversa fora...
— Ainda bem, Sapabela... Conversa é algo muito precioso, um tesouro... Não pode ser jogada fora assim sem mais nem menos.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 509
Marciano Vasques
Leia CIANO

2 comentários:

  1. Gosto desta dupla com suas estorias.Parabens.

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  2. Caro amigo,
    O Rospo ficou eufórico, e a Sapabela, emocionada.
    Obrigado, e vamos nos vendo...
    Abraços de
    Marciano Vasques

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