quinta-feira, 12 de maio de 2011

TUDO PELA ROSA

— Como a roseira tem espinhos, Rospo!
— Acredite, Sapabela. Os espinhos não são um enfeite da natureza...
— Espinho tem função?
— A rosa é uma rainha, Sapabela. Os espinhos são a sua proteção...
— Já falou isso certa vez...
— Es espinhos protegem a rosa, fazem a sua defesa... Eles estão no caule para impedir que a rosa seja alcançada, pois é preciso proteger a rainha das flores...
— Os espinhos protegem e defendem a delicadeza? Defendem a beleza?
— Nada é por acaso na natureza, minha amiga. Veja só, nós, os sapos, temos barba...
— Nem todos, não é, Rospo?
— A barba é para proteger o rosto do sapo das agruras, das intempéries, da força rústica da vida... Mas não gostei do seu risinho, Sapabela. Por acaso está insinuando que não tenho barba? Não reparou sequer um fiozinho?
— Veja o que eu trouxe, Rospo.
—O que é isso? Uma lupa?
— Exatamente. Ando sempre prevenida.
— Para que a luva, Sapa?
— É como se eu tivesse adivinhado que hoje teria que procurar uma barba.
— Já me dei conta, Sapabela. Quem tem amigos tem tudo...Não me faça rir, ou melhor, faça.
— Rospo, você quer a rosa?
— Todos sempre querem a rosa.
— Então, Rospo, prepare-se, pois sempre encontrará os espinhos no caminho...
— Que venham os espinhos! Quem tem a rosa no coração, é como um Tristão.
— Explique isso, Rospo.
— Vai atravessar mares, rasgar países, percorrer terras, enfrentar vendavais e temporais, tudo pelo seu amor...
— Pois é, a rosa virou Isolda...


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 570
Marciano Vasques
Leia CIANO


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