sexta-feira, 17 de junho de 2011

PASSANDO PELA ESCOLA

Ao passarem diante de uma escola, os dois amigos, que jamais desperdiçam uma oportunidade, começam uma conversa...
— Sapabela, quantos espíritos radiantes, abençoados pela poesia, almas rutilantes, crianças vibrantes, corações desabrochando, por aqui passaram...
— E muitos espíritos desbotaram, alguns murcharam...
— O que está dizendo, Sapabela?
— Não podemos sacralizar a escola... Claro que devemos também muito à ela, e cada um teve a chance de conhecer professores encantadores, de alma generosa, de coração aberto, com o olhar da descoberta do mundo, ativado diariamente... Mas a escola também, com certeza, amputou na raiz muitos artistas, muitos escritores, muitos amantes das letras...
— Nossa, Sapabela!
— É verdade, mas por outro lado, se a escola ainda emperra em alguns entraves burocráticos e frios, devemos sempre lembrar que ela não é um prédio apenas, não é uma estrutura de concreto cercada de muros altos por todos os lados, e devemos lembrar que ela é feita de sapos, sapos e sapas...
— Claro, e por isso devemos acreditar que quando uma criança passa pela primeira vez por um portão escolar ela poderá ter a chance de encontrar a sua semente poética, que poderá frutificar...

— Entendo e concordo, mas sempre é bom lembrar que a escola precisa acompanhar o tempo, o espírito da época e assim, com essa compreensão, ela poderá aperfeiçoar esse espírito e beneficiar a aventura de crescer.... de cada criança...
— Verdade, a música que os adolescentes ouvem é de péssima qualidade, geralmente as letras são imbecis... E hoje, por conta da tecnologia estamos entrando em uma nova era, com mudanças de conceitos, etc...A escola não pode ficar de fora!
— Engraçado, se eu fosse governante, ao falar de construir novas escolas, estaria também falando de construir a escola...
— Como assim?
— O governante, além de construir o prédio, que é uma coisa necessária, estaria também investindo ao máximo nos professores...E isso significa entre outras coisas, oferecer condições para o professor trabalhar e alegrar o seu espírito, a sua alma, com a festa da poesia, que deveria ser a chegada de cada nova criança na escola.
— Haja hoje! Como é bom conversar!
— E com sorvete a conversa fica mais saborosa...
— Vamos?
— Já indo!

HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 615
Marciano Vasques
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3 comentários:

  1. Olá,gostei muito deste blog.Trata de assuntos diversos,tem conteúdo e excelente formatação.Quis entrar como seguidora,mas,n/ achei p/ onde.
    Sds

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  2. É. A escola precisa mesmo de uma roupa nova, mais atraente... mais adequada para os novos tempos.

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  3. A criança percisa encontrar a semente de sua poesia quando passa pelo portão da escola...´
    LUZ DOS ANJOS NESTE DIA!
    ANA

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