sábado, 20 de agosto de 2011

A AVENTURA DO OLHAR

—Rospo, o meu olhar é aventureiro.
—Eu sei, Sapabela, você foi uma menina que escapou de todas as opressões. Teve a felicidade de ter ao seu redor adultos protetores que incentivaram o seu olhar desde cedo.
—É verdade, Rospo. E sabe qual é a maior aventura do olhar?
—É estar sempre mirando a novidade do mundo. Aliás, o que é o mundo senão uma eterna novidade?
—Sim, Rospo, mas para mim tem uma aventura ainda maior.
—Pois comece.
—É ir ao âmago das coisas, ir sempre no mergulho. Quero dizer, a maior aventura do olhar é justamente perceber, desvendar, ver a saga de todas as coisas...
—Sapabela, você sempre me surpreende!
—Claro, Rospo, é assim que tem que ser com os amigos. Nós devemos brincar de mundo.
—Brincar de mundo? E como é isso?
—A cada dia uma novidade.
—Até que a novidade seja chamada de mundo.
—Então, Rospo, na maior aventura do olhar devemos sempre penetrar na essência. Somos portadores da responsabilidade de ver a saga de cada coisa. Pois nada surge pelo simples ato da magia. Tudo é história. A aventrra é infinita. Todos os cordéis do mundo não dariam conta, e o olhar tem a função orgulhosa de consolidar a aventura.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 656
Marciano Vasques


Um comentário:

  1. "É ir no âmago das coisas,ir sempre no mergulho"
    Gosto disso, olhar profundo, ir na essência de tudo. Adoro te ler!
    Luz
    Ana

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