sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SITUAÇÕES DE RISCO

—Veja Rospo!
—O que, minha querida?
—Aqueles sapinhos.
—Estou vendo, estão na rua, e parecem abandonados, dormindo na calçada, ao relento. Estão numa situação de alto risco.
—Verdade, estão correndo perigo. Que sociedade é essa que deixa crianças vivendo em situações de risco?
—Não podemos nos esquecer de que é a mesma sociedade na qual vivemos, a mesma dos anúncios na televisão, dos cartões de crédito, dos grandes impérios financeiros...
—Eu sei, Rospo, a mesma sociedade que seduz uns, abandona outros.
—Às vezes, quem é seduzido, depois  também se sente abandonado.
—Tem razão, Rospo.
—Veja, Sapabela! Aquela criança naquela casa.
—Qual é o problema com ela, Rospo?
—É uma criança abandonada.
—Que bobagem, Rospo! Ela está em casa.
—Está vivendo uma situação de alto risco.
—Não entendo, amigo meu.
—Já reparei que ela sempre está diante da tevê, às vezes diante do computador. E está sempre sozinha, e fica horas diante da tela, ou das telas. É realmente uma situação de risco.
—Tem certeza do que está falando, Rospo?
—É uma situação de risco para o pensamento, para a imaginação. As lesões serão irreparáveis. Essas crianças nem sentirão o aroma de uma história ao ar livre, numa tarde sem cercas...
—Rospo, sapinhos abandonados em casa diante da TV ou do computador, estariam mesmo vivendo uma situação de riso?
—Naturalmente, e pode acreditar, eles estão precisando de abrigos.
—Abrigos?
—Claro, uma palavra acolhedora, um sorriso, qualquer coisa que possa movê-los da ausência da aventura de viver e brincar, ou seja, brincar de viver.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 657
Marciano Vasques

2 comentários:

  1. Hola amiguitos:
    Mucha razón tiene Rospo.
    Algunos padres cómodos, aparcan a sus niños delante de la TV. o video juegos, en ez de compartir con ellos un libro de cuentos, o una tarde sol o de lluvia porque no.
    Madre mía, como pasa el tiempo.
    ¿Sabéis que hace mucho que os leo? y que yo fui una de las primeras huéspedes y seguidora de esta casa azul da literatura y que ya no utilizo el traductor para leeros?
    Ya tengo contacto a través de la blogosfera con otras personas brasileñas.
    Bueno, no quiero hacerme pesada.
    Moitos beijos, Montserrat

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  2. O Rospo tem razão, é risco, mas pode ser adequado e diminuído quando a situação em questão é necessária. Tem jeito para reduzir o risco a um nível mínimo; quem passa por uma situação dessas por um motivo qualquer (doença), deve estar consciente do risco e passear nas horas em que pode. Um abraço, Yayá.

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