ESTILHAÇOS
Iras,
erros em vidas errantes,
murros
na mesa,
palavras
geladas cortando mais que facão.
O
diapasão, e vozes, o carvoeiro. O arame farpado, e as farpas de
poucas palavras.
Navalhas,
canalhas, mulheres ralhando, algumas falando aflições,
fiando
segredos,
perdas,
perdões. Pardais e tudo um dia se vai.
Até
a chuva na calha? Amora? Romã? O aroma, a canela? O alecrim? O anis?
A
caiação, a janela?
Lá
na bica, ninguém viu, só se fala de boca, um homem cansado chorou.
Terá
o pranto escorrido nas coisas do dia ou era orvalho?
Lá,
onde se dizia, jogavam baralho na frágil fumaça do dia, cada
história, menino!
Sempre
havia uma mulher de olhar nublado
que
perdia as almas que bailavam,
no
alvoroço das falas. Uma fulana, comadre.
Não
passam de mutilações os descasos.
Lá,
onde é longe, e era, meninas brincavam,
E
brinco e anel e ninguém presta atenção no tempo, como ele merece.
Seu
moço, eu pudesse, só diria
Do
verde brilhando na varejeira.
Réstias,
assoalhos, sarilhos, cada qual estava tão ocupado,
Que
nem se ouviu dizer
Que
até o apito da fábrica
Traz
em si o brusco desejo da poesia.
“Se
você jurar que não conta para ninguém!”
Um
homem caiu do andaime. Como chovia naquele sábado!
E
o menino? Para aonde ele foi?
Já está de carretel a correr ventania. Ligeireza de tempo.
Já está de carretel a correr ventania. Ligeireza de tempo.
E
cá entre nós, ladrilhos, pastilhas,
E
uma mulher buscava macela.
Tempo?
Ainda
bem que as crianças nem ligam.
MARCIANO
VASQUES
Nossa! que peoma de aniz , canela, vidas de ventania, mulher de olhar nublado.Linda narração de um tempo cheio de vida e poesia...voce me pegou na mão e me conduziu a esses lugares mágicos...Lindo! Lindo!
ResponderExcluirLuz
Ana
Marciano, poema forte e marcante. Muito bom.
ResponderExcluirUm abraço
oa.s