quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O SEGREDO DA SAPABELA

—Rospo!
—Olá, Sapabela! Faz tempo não ligava!
—Tenho um segredo pra contar.
—Um segredo?
—Sim. Como é segredo, só o amigo pode compartilhar.
—Interessante.
—Vou até falar baixo. É um segredo que preciso preservar.
—Deve ser um tanto formidável. Diga logo, prometo que saberei honrar a amizade.
—Eu sou feliz, Rospo!
—Jura, Sapabela?
—Jurar?
—É um modo de falar. Para nós, a palavra do amigo basta.
—É verdade. Mas, sim, sou feliz.
—E por qual motivo isso deve ser segredo?
—É melhor que minhas colegas de trabalho continuem pensando que eu sou infeliz.
—Você demonstra infelicidade?
—Não! Eu até me pego gargalhando. Elas se assustam. Pensam que sou maluca.
—Sapabela, vamos até a praça?
—Sorvete?
—Não. Vamos gargalhar. Soltar as nossas gargalhadas no ar. Enfeitiçar a cidade com elas.
—Rospo, posso contar outro segredo?
—Pode. Eu o guardarei numa lata de biscoitos amanteigados.
—Não pode guardá-lo num sonho de valsa?
—Já está lá. Pode contar.
—Você também é feliz!
—Pois é, agora então, compartilhamos dois segredos.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 663
Marciano Vasques

Um comentário:

  1. A felicidade é contagiante, também estou feliz de ler sapinhos felizes!!

    Obrigada Marciano.
    beijos
    oa.s

    ResponderExcluir

Pesquisar neste blog