domingo, 11 de setembro de 2011

O SAPO DE ALUGUEL

O SAPO DE ALUGUEL


Lá vinha o Rospo com a placa pendurada no corpo: ALUGA-SE PARA POESIA.

A Sapabela estranhou: — Que placa de aluguel é essa, Rospo? E por que alugar para poesia? Uma coisa inútil que na prática para nada serve...

Com a provocação da amiga, Rospo reage.

—Não fale isso! A poesia tem muita utilidade. Aliás, por que tudo tem que ter utilidade?

—Ora, Rospo, precisa se apegar mais ao que tem serventia. Uma casa, por exemplo, é algo útil.

— A utilidade material da casa é tão importante quanto à poesia...

—Explique. E fale também sobre essa história de aluguel...

— A poesia precisa de uma morada.

—Sim?

—Então ela pode morar dentro de mim. Eu me ofereço para abrigá-la. Posso ser a sua morada, a casa da poesia.

—Entendi. A poesia pode morar em você, mas isso ainda não demonstra a sua utilidade.

—Simples. Com ela morando em mim eu melhoro. Essa é a sua utilidade: melhorar os que a carregam dentro de si.

— “Ele tem razão. É simples.”


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 668
MARCIANO VASQUES

Um comentário:

  1. Um comentário foi excluído por acidente.
    Peço perdão ao remetente. Se puder enviar novamente, agradeço.
    Marciano Vasques

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