O SAPO DE ALUGUEL
Lá vinha o Rospo com a placa pendurada no corpo: ALUGA-SE PARA POESIA.
A Sapabela estranhou: — Que placa de aluguel é essa, Rospo? E por que alugar para poesia? Uma coisa inútil que na prática para nada serve...
Com a provocação da amiga, Rospo reage.
—Não fale isso! A poesia tem muita utilidade. Aliás, por que tudo tem que ter utilidade?
—Ora, Rospo, precisa se apegar mais ao que tem serventia. Uma casa, por exemplo, é algo útil.
— A utilidade material da casa é tão importante quanto à poesia...
—Explique. E fale também sobre essa história de aluguel...
— A poesia precisa de uma morada.
—Sim?
—Então ela pode morar dentro de mim. Eu me ofereço para abrigá-la. Posso ser a sua morada, a casa da poesia.
—Entendi. A poesia pode morar em você, mas isso ainda não demonstra a sua utilidade.
—Simples. Com ela morando em mim eu melhoro. Essa é a sua utilidade: melhorar os que a carregam dentro de si.
— “Ele tem razão. É simples.”
HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 668
MARCIANO VASQUES
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ResponderExcluirPeço perdão ao remetente. Se puder enviar novamente, agradeço.
Marciano Vasques