sábado, 29 de outubro de 2011

ENCONTROS CASUAIS

—Rospo!
—Sapabela! Saudades!
—Como está, Rospo? Feliz?
—Sapabela. Descobri algo!:
—Diga, meu amigo.
—Se por acaso se sentir triste...
—Já sei! Vá Downtown!
—Também, minha querida. Porém, pensei em algo diferente.
—O que pensou, Rospo?
—Ligue para a sua Sapabela. Que seja ela uma amiga. Nem precisa ser namorada. Mas todos precisam ter a sua Sapabela.
—No meu caso, Rospo...
—Você tem um caso, Sapabela?
—Não, Rospo! Ainda estou bobeando. Eu quis dizer que no meu caso, fêmea que sou, é só ligar para o Rospo da sua vida. No caso da minha, o amigo mais amigo, mais sincero e puro, o de alma mais elegante. Por que você é assim. Rospo?
—Mire, Sapabela! Veja as estrelas! A imensidão... É uma força universal tão infinita, tão amorosa. Nessa força, nessa sincronização, nessa colisão de luzes e infinitos... Tudo isso só me faz pensar em algo;
—Pois diga, meu anjo.
—Não estaremos mais aqui, Sapabela. Um dia nos iremos dessa imensidão. Dessa força maravilhosa e indescritível, e tão amorosa, pois algo assim só pode ter nascido de uma súbita necessidade de amor..,.
—O que está querendo dizer, Rospo?
—Que essa expansão universal, esse insondável infinito, tudo isso, tão imenso e amoroso, não admite que possamos nos enveredar em melancolias e depressões.
—Mas somos seres frágeis e...
—Sei, Sapabela! Mas temos o dever de construir além de nossas forças. Se nada for feito, a melancolia nos levará para o fundo do fundo do fundo...
—Rospo, tudo o que fala eu ouço com atenção, porém precisa ser mais específico. Eu só perguntei por que você é assim, Rospo?
—Justamente por tudo o que eu falei. Meu coração aprendeu com o tempo a se voltar para as coisas imensas e assumir o compromisso da alegria aos que estão ao meu redor. Não vejo sentido viver de outra forma. E se você não for autêntica, Sapabela, melhor se afastar de todos. Ninguém procura pela falta de autenticidade.
—Tudo bem, Rospo. E se um dia eu mentir para você?
—Sapabela, você tem algo que me basta: a sua palavra, sempre. E também, no caso de não falar, tem a luz dos olhos.
—Muito bem, meu querido, mas esse papo está meio blue. Vamos mudar de assunto?
—Sapabela!
—Oi!
—Cinema?
—Vamos! Qual o fime?
—Que filme?
—Filme!Sabe o que é isso, não é? Bem, no caminho escolhemos. Espere só um pouco.
—Vai demorar?
—Não. Só o vestidinho.
—"Todo sapo pode ser Feliz!"
—Pensou algo, Rospo?
—Estou pensando no filme.
—Isso! Vá pensando. E também no sabor do sorvete.
—"Tem jeito, não: Ela é demais!"


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 695

Marciano Vasques

4 comentários:

  1. Gostei da solução, papo blue é para deixar de fora. Coincidência séria é aquela em que você encontra o recebedor de donativos , que você não conhece, pedindo ao porteiro novo, que não te conhece, pedindo para te avisar que ele chegou para receber o donativo, enquanto você está ao lado dos dois perguntando sobre a correspondência, prestes a se apresentar ao novo funcionário. Nesse instante os três se conhecem. Fora disso, cuidado com elas. Leram, Sapabela e Rospo? Um abraço, Yayá.

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  2. Seu coração se voltou para coisas imensas, assumiu compromissos com os que estão ao seu redor.. Esse é você!
    Luz
    Ana

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  3. Hola amiguitos
    Que lo paseís bien en el Cine.
    Ah y el sorbete que bueno.
    Beijos, Montserrat

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  4. A imensidão da amizade, a responsabilidade por quem se cativa, as palavras, o dia-a-dia, a força.

    Sempre um prazer ler estes amigos.

    abraço
    oa.s

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