Eu poderia falar da senhora
Que fazia o jogo do bicho,
Dos cabelos brancos sem afagos,
Das prostitutas nas portinholas do porto.
Poderia falar das espumas, da escuna
Que lá ia preguiçosa de azul.
Poderia falar teu nome, simplesmente,
Dizer de uma vontade de correr
Na areia quente, ver a maresia impregnada
Nos barcos enferrujados
Gaivotados no marulho
Dos meus aflitos pensamentos de poesia.
Poderia falar de tanto, mas basta um dia
Que a neblina azulada da serra
Jamais dissipou
Em mim:
Rosema Branca brincando
Lá no alto.
Como éramos crianças,
Como éramos crianças,
Uma casa igual a dela:
Pendurada..., as varejeiras...,
Não dizia pobreza nem sofrer,
Nem abandono, nem tristezas,
Dizia apenas: infância,
Meninice, incessante capacidade
De ressurgir.
Marciano Vasques
'Dos meus aflitos pensamentos de poesia..."
ResponderExcluirNão são afltos são belos..
Luz!
Ana
Simples e belo.
ResponderExcluirum abraço Marciano
oa.s