sábado, 12 de novembro de 2011

ENCANTO E OUTRAS CONVERSAS

—Sapabela! Hoje é sexta!
—Já sei: ninguém é de ninguém.
—Isso também, minha flor, mas tem algo a mais.
—Diga então, que sou toda Sapabela.
—Sexta já tem a alma do sábado.
—Já sei: sabadoficando.
—Pois é, querida linda, já ficou tarde para o cinema, ou o teatro, essas nossas paixões.
—Claro! Só fica no Facebook. Mas diga, Rospo, o que aflige o seu coração?
—Não é aflição, não! É entusiasmo.
—Então diga, desenovele. 
—Isso é comigo mesmo.
—Nada, Rospo, você é tímido e fica enrolando, enrolando...
—Pois vamos fundo, Sapabela...
—Quando começa com esse negócio de ir fundo, Rospo...
—Sapabela, até nem parece que me conhece.
—Esse que é o perigo! Conheço.
—!
—Diga algo, meu bem.
—!
—Já sei, ficou jururu. Estava brincando com você,  sei que é um cavalheiro, e altamente respeitador...
—Sapabela, nada na vida pode ser exagerado. Respeitador, sim, mas altamente, já é demais.
—De vez em quando é bom sair um pouco da linha. Dizer as coisas boas, afinal a vida pede leveza, vinho e beleza.
—Quem tem uma Sapabela na vida tem tudo.
—Continua com a  coleção de lápis de cor?
—Sim, mais de trezentos, todos encontrados nas calçadas...
—O espírito da época está bravo.
—Sapabela, já quase, ou melhor, já passou da meia-noite.
—Isso é bom. Horas passam para serem vividas.
—Mas tem uma coisa.
—O que é?
—Só estamos falando...
—Somos conversantes, e como bem sabe conversas são conservantes... E conversa não deixa na conserva.
—Mas precisamos alimentar o corpo também.
—Já sei! A nutrição da amizade. Um sorvete!
—Sapa que te quero tanto...
—O que disse, amigo?
—Disse que a quero por perto, assim, como uma inspiração de amizade...
—Isso é bom, querer por perto já é o começo de se querer por dentro.
—Sapabela, aí já é faz tempo, pois faz tempo aqui dentro está você.
—Rospo, isso tudo está bom, mas o sorvete está esperando.
—Vamos lá.
—Mas antes preciso dizer algo: O que é apaixonante não tem cura.
—Sapabela, descobri uma coisa!
—?
—Encanto não pede licença.
—Rospo, você me emociona. Porém hoje nem falou do meu vestidinho.
—Mas não tirei os olhos!


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 698

Marciano Vasques


2 comentários:

  1. O Rospo e a Sapabela são apaixonados e apaixonantes.."E o que é apaixonante não tem cura"
    Luz!
    Ana

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  2. Hola queridos amigos:
    Siempre me hacéis convertirme en niña cuando os leo.
    Es que sois dos ranitas maravillosas o sapitos, ¿Cómo queréis que os llame.
    Bueno, pues os llamo maravillosos Rospo y Sapabela.
    Marciano, enhorabuena por estos personajes.
    Beijos, Montserrat

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