sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

PRESENTES E PRESENTES

—De cachimbo, comprando um presente, quando no reflexo da vidraça vê uma amiga se aproximando.
—Sapabela!
—Rospo! Não quero atrapalhar.
—Nem pense, Sapabela. Seu presente já comprei.
—Ulalá Ulalá!
—Estive pensando: alguns  consideram objetificação do afeto essa coisa de presentear no Natal.  Nem ligo para isso. Se pode ser para uns dessa forma, para mim não é. O presente, o objeto, é apenas simbólico.
—Comigo é a mesma coisa.
—Quero expressar a felicidade em você, é uma forma de agradecer, entendeu? Agradecê-la por ter estado comigo durante o ano. No seu caso eu compraria um disco, um CD, para que possa ouvir as suas prediletas canções.
—Mesmo com o Youtube?
—Ora, Sapabela, não precisa ser tão certeira.
—Estou brincando, Rospo. É a primeira brincadeira de hoje. Gosta de ouvir música no Youtube?
—Apesar da subjetividade de quem produz o vídeo.
—Entendo: além de um disco, que presente seria mais personalizado para mim?
—Um que estará sempre presente. Um livro.
—Você é grande, Rospo!
—Participo de algo imenso, com você.
—Não me convenceu aquela sua desculpa de que não está preparado para o amor. Ninguém está, Rospo. Nenhum sapo, nenhuma sapa. Só para o amor universal, mas para o amor entre sapos e sapas, não há quem esteja ou se sinta preparado. A vida é um risco, e você preferiu não se arriscar em 2011. Talvez nem saiba o que perdeu.
—Não entendi, Sapabela.
—É que nem me viu na praia.
—?
—Não se quede pasmo, Rospo. Estou apenas brincando. É a segunda brincadeira. Entretanto, tantas sapas encantadoras conheceu...
—Quem há de negar isso, Sapabela?
—Por acaso, reservou o seu coração para alguma  em especial. Rospo?
—Tem uma canção portuguesa de que muito gosto, amiga.
—Nem precisa falar, seu bobão. É "Nem as Paredes Confesso"... Uma coisa tenho que dizer: se quiser um amor tem que romper o invólucro da timidez.
—Parece tão preocupada com essas coisas, Sapabela. O que acontece?
—É que o ano está acabando e nossa amizade só cresceu, cada vez mais, a cada dia, e você manteve o imenso, assombroso respeito para comigo.
—Isso é uma coisa boa, Sapabela.
—Ao mesmo tempo foi bem danado. Não tirou os olhos dos meus vestidinhos.
—Cada um mais lindo.
—Sabe, Rospo. O que mais importa nisso tudo é que foi durante o ano o melhor companheiro que uma sapa pode ter. E tem mais: do seu coração quem sabe é você.
—Sapabela, posso dizer algo?
—Precisa de licor?
—Não. Só ia dizer que é uma grande amiga.
—Ainda serei promovida.
—?
—É a terceira brincadeira, meu amigo. Estou bem feliz com a nossa amizade. Além do mais, o que tiver que ser será.
—Concordo.
—Se concorda tem que ter corda pra puxar.



HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 745
Marciano Vasques

2 comentários:

  1. Estas palabras mensajeras a traves de las distancias, deseo lleguen a ti y seres queridos , portadoras de cariño y energias de BienEstar:
    Que tú corazón esté ligero y tus bolsillos pesados.
    Que la Buena suerte te persiga.
    Que cada día y cada noche tengas muros contra el viento, y un techo para la lluvia.
    Que tengas alimento junto a la fogata y, risas para consolarte.
    Que aquellos a quienes amas estén cerca de ti,

    Y........todo lo que tú corazón desee!
    .
    FELIZ NOCHEBUENA..FELIZ NAVIDAD!!
    .
    Abuela Cyber
    .

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  2. O que mais importa é ter conhecido a Casa Azul, o Rospo, Sapabela que durante todo o ano foram os melhores amigos que pude ter.
    Luz
    Ana

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