quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

AS GARATUJAS DA SAPINHA

—Sapabela! Sei que adora pintura e é uma grande apreciadora da arte, mas não entendi esse quadro.
—Qual, Rospo?

—Esse, aqui no centro da parede. Seria algum novo estilo de algum pintor contemporâneo?
—Não! São as garatujas...
—Garatujas?
—Da sapinha...
—Sapinha? Quem é ela? Eu a conheço?
—É a minha sobrinha, a Sapabelinha. A sapa mais novinha da família e da Brejolândia.
—E você fez um quadro desses rabiscos? Essa moldura deve ter custado caro!
—Rospo, você me surpreende...Que falta de sensibilidade! Eu sempre o considerei um pedagogo...
—Sapabela...Desculpa, mas são apenas rabiscos...
—Isso mesmo! São garatujas! Garatujas, Rospo! Essa é a arte da Sapabelinha. Tem tanto valor para mim quanto qualquer obra de qualquer artista...Isso é para mim mais do que arte contemporânea, isso é arte para sempre.
—Não sabia que atribuía tanto valor aos primeiros rabiscos...
—Quem não se apega aos brotos jamais chega às raízes. Uma garatuja da sapinha é muito valiosa para mim...
—É. Tenho sempre muito que aprender com você, Sapabela.
—Disponha.

HISTÓRIAS DO ROSPO 2012 — 844
Marciano Vasques

Publicado originalmente no Caderno Educação Nº 46
14 de dezembro de 2002
Alfenas/ MG

Um comentário:

  1. Olá, Marciano. Acabei de apreciar uma das garatujas lá no Face. Amei!!!!
    Continuemos, com Deus no coração e muita garra, força e fé!
    Um abração!

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