domingo, 17 de fevereiro de 2013

QUE CONTRATO SOCIAL?

—Rospo! Lá vai o domingo...
—Lindo que foi que será...
—Ainda dá tempo pra uma conversinha?
—Sapabela, o  Contrato Social não existe...
—Grande descoberta, Rospo!
—Não precisa tirar um sarro, amiga.
—Não existe mesmo. Neste nosso país nunca existiu...
—Que tal um exemplo?
—Manda ver.
—Meu amigo comprou um apartamento.
—Viva!
—A construtora não entregou o imóvel para o financiamento bancário no tempo prometido, e atrasou seis meses.
—Normal.
—O motivo: Não saiu o Habite-se, um documento da Prefeitura.
—Sendo assim, a culpa não é da construtora, é da Prefeitura. Foi isso certamente que a construtora alegou.
—Exatamente. E além disso, foi tendo o reajuste monetário contratual a cada mês, encarecendo mais o imóvel, o que caracteriza vantagem para a construtora se o imóvel atrasar...
—Por culpa da Prefeitura, lógico. É um festival de vantagens para um só lado.
—Pois então...
—Estou curiosa.
—O meu amigo perguntou para eles, da Construtora: "Se eu, que sou Professor, atrasar o pagamento de uma parcela pelo fato de a Prefeitura não depositar o meu pagamento..."
—Sei, sei, Rospo. Nem preciso saber da resposta, pois afinal, bem sabemos, o Contrato Social não existe neste país. O contrato é apenas para assegurar os direitos do mais forte.
—Sapabela, ainda é domingo. Vamos?
—Vamos!
—Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
—Mas eu quero um licor de anis com pedrinhas de gelo para quebrar o gelo.
—Que gelo?
—Faça-me rir, Rospo, sabe que adoro brincar.
—Seja brincante, sempre, Sapabela. A vida só vale a pena assim.

ROSPO 2013 —856
Marciano Vasques

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