terça-feira, 28 de setembro de 2010

ROSPO REENCONTRA A SAPABELA

 De vento em popa, isto é, de sol em popa, lá ia o Rospo num domingo de "rede e cachimbo" em direção à praia, quando uma sapa se aproxima e passa por ele, ou seja, passava.
- Senhorita?
- Pois não?
- Sei que não é comum, mas, posso oferecer um poema a você?
- Um poema? Claro, Sapo, isso embelezará a minha tarde...
Após recitar o poema, Rospo pergunta:
- Não entenda isso como uma abordagem. É que eu precisava dividir o poema com alguém...Mas, já nos vimos antes?
- Sim, eu estava saindo da floricultura e...
- Lembro! É a flor que escapou...
- Você é realmente um sapo diferente. Tem certeza de que existe?...
- Gosto de acordeão... Tem ido ao cinema?
- Tem certeza de que não é uma abordagem?
- Qual é o seu nome?
- Sapabela, e obrigado pelo poema...
- Sapabela? Eu procurava uma amiga que tivesse esse nome...Sou meio tímido...
- Muito tímido, não é, Sapo? Qual é o seu nome?
- Rospo. E obrigado, muito obrigado.
- Bem, preciso ir...A gente se encontra por aí...
- Estou lendo um livro...
- Depois você me fala, preciso ir...
- Está bem, eu gosto de sorvete de abacaxi com hortelã...
- Rospo, preciso mesmo ir, tchau, foi bom conhecê-lo...
Depois, a Sapabela se põe a pensar: "Não é tão bonito, mas..., nossa!, como é lindo! Porém, não entendo o motivo de ele me agradecer...Bem, sei lá, ele é diferente..."
E o Rospo, também sozinho, pensativo:
- Com ela finalmente compreendi: cada sapa é única, cada um é o seu próprio tesouro...


HISTÓRIAS DO ROSPO 2010 - 259
Marciano Vasques

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