sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O LIVRO E O VIDRO

Rospo foi à vidraçaria. E por acaso levava consigo um livro, de sua autoria,
Durante a encomenda do vidro, justamente quando fornecia as medidas, o dono da vidraçaria surgiu, interrompendo a conversa entre ele e a balconista.
—Rospo, como vai? Que prazer tê-lo como cliente!
—Obrigado, amigo! Quebraram um vidro da minha janela.
—Pois aqui temos o que precisa. Mas, o que traz debaixo do braço? Um livro? Não vá me dizer que é um dos seus.
—Justamente. Lancei recentemente.
—Que maravilha! Ter um escritor no bairro.
—Quanta gentileza!
—Quando vai me dar o meu, Rospo?
—Não entendi.
—Quando receberei de presente o meu livro, Rospo?
—Está dizendo que deverei dar um livro para você? Você quer um livro meu de graça?
—Isso mesmo! Somos amigos, não é?
—Naturalmente que sim.
—Ótimo, e o meu quero autografado.
Então, a balconista entrega o vidro para o Rospo, que se despede.
—Ei, Rospo, não vai pagar?
—Acabou de dizer que somos amigos!
—Pare com isso! Não posso dar o vidro para você.
—Mas quer um livro, gratuitamente.


HISTÓRIAS DO ROSPO 2011 — 660
Marciano Vasques


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